sexta-feira, julho 20, 2012


Voltar a postar nesse blog vinha sendo uma vontade minha desde a algum tempo, porém faltou ânimo, tempo e houve certo receio de que eu voltasse a abandoná-lo. De todo modo, acho que é importante expressar os pensamentos e/ou as epifanias que às vezes ocorrem, ou mesmo as ideias não tão brilhantes assim...

Enfim. Penso (e muito) e me angustio (e muito) a respeito de algumas questões do feminismo. Minha relação nunca foi, em nada na vida, de aceitação completa, a ponto de levar as minhas escolhas ao limite da radicalização, mas tampouco pude rejeitar totalmente. A despeito dos relativismos, o feminismo é uma verdade pra mim.

Hoje em dia, existem muitas críticas ao feminismo radical, a maioria delas bastante tosca, na minha opinião. Não vou entrar em pormenores do que seja essa corrente do feminismo, mas basicamente se pode entendê-la pelas seguintes características: a) entender as mulheres como uma classe ou uma coletividade específica, que sofre uma exploração específica historicamente; b) ver nos homens os "culpados" pela subjugação feminina. É, soa como burgueses versus proletários; é uma interpretação feminista do marxismo. Eu poderia fazer algumas críticas em relação a isso, e, de fato, tem sido feita a crítica no caráter, se não essencialista, "lamarckiano" que o feminismo radical atribui à categoria mulher, o que resultou, infelizmente, no fato de muitas das grandes autoras dessa corrente teórica/política serem transfóbicas.

Eu poderia falar sobre isso, mas não vou (estou até fazendo promessas demais sobre coisas que poderia falar, mas acontece que fiquei tanto tempo sem escrever que muita coisa acumulou na cuca, e aliando-se a isso o pensamento incuravelmente indisciplinado e disperso que tenho, o resultado é desastroso, como podem perceber possíveis leitoras e leitores...)

Só queria referendar a legitimidade, a importância, e a inteligibilidade do feminismo radical como movimento social e como estratégia política. Meu leitor (talvez minha leitora) poderia dizer: "Ah... mas elas são sectaristas e não dialogam." E eu respondo: e por acaso o estuprador não é sectarista? Por acaso ele dialoga? Estou cansada de ver notícias sobre violência e abuso sexual contra mulheres. Estou cansada de saber que maridos espancam suas esposas porque elas ganham mais do que eles, ou porque conseguem emprego com mais facilidade (não se enganem, isso se deve ao fato de que mulheres recebem menos...). Estou cansada de ver mulheres sofrendo com seus parceiros sem nem saber porque, achando que a culpa é delas mesmas.

Como não ser politicamente, e até sociológicamente inteligível um movimento radical de mulheres, se vivemos num mundo onde uma mulher que não está acompanhada de um homem é vista como propriedade de qualquer homem? Exagero meu isso? Se for, então me explique porque as solteiras recebem cantadas e as "compromissadas" não. Me explique porque as mulheres lésbicas andando na rua são fetiche para os homens. O feminismo radical é importante para nosso empoderamento e reconhecimento do violento processo de socialização que recebemos. E tem sim legitimidade política, mesmo a Valerie Solanas...

Eu acho.

Posted by cris ♀ at 10:57 PM



terça-feira, janeiro 25, 2011


A tradução não é excelente, mas a ideia principal está aí... Grifos meus

Cenas Ativistas Não São Espaços Seguros Para Mulheres: Sobre o Abuso de Mulheres Ativistas por Homens Ativistas
Tamara K. Nopper
Tradução: Ticiana Labate Calcagniti
 Versão em inglês em: http://www.kersplebedeb.com/mystuff/feminist/activist_abuse.html

Como uma mulher que tem experimentado abuso físico e emocional de homens, alguns dos quais eu tive longos relacionamentos, foi sempre difícil aprender de outras mulheres ativistas que elas estavam sendo abusadas por homens ativistas.

As questões interrelacionadas do sexismo, misoginia e homofobia em círculos ativistas são excessivas, e não é surpreendente que mulheres são abusadas física e emocionalmente por homens ativistas com os quais elas trabalham em vários projetos.

Eu não estou falando abstratamente aqui. Na verdade, eu sei de vários relacionamentos entre homens ativistas e mulheres nos quais as últimas são abusadas se não fisicamente, emocionalmente. Por exemplo, há muito tempo uma amiga minha me mostrou ferimentos em seu braço que ela me disse que foram causados por outro homem ativista. Essa mulher certamente luta emocionalmente, o que é um tanto esperado dado que ela experimentou abuso físico. O que era adicionalmente desolador de ver era como a mulher era evitada por círculos ativistas quando ela tentava falar sobre seu abuso ou o ter abordado. Alguns disseram a ela para ultrapassá-lo, ou para se focar em “verdadeiros” homens bacacas tais como proeminentes figuras políticas. Outros disseram a ela para não deixar “problemas pessoais” entrarem no caminho da “realização do trabalho”.

Eu lutei com a recuperação de minha amiga também. Como sobrevivente de abuso, era difícil encontrar uma mulher que de certa forma era um espectro de mim. Eu buscaria essa mulher, e ela iria ao acaso dizer-me sobre outra briga que ela e seu namorado haviam tido. Eu encontraria a mim mesma evitando essa mulher porque, francamente, era difícil olhar para uma mulher que me recordava muito de quem eu não era há muito tempo: uma pessoa assustada, envergonhada e desesperada que balbuciaria para qualquer pessoa disposta a ouvi-la sobre o que estava acontecendo com ela. Em outras palavras, eu, como essa mulher, tínhamos atravessado o desespero de tentar sair de uma relação abusiva e necessitando finalmente contar às pessoas o que estava acontecendo comigo. E similarmente a como essa mulher era tratada, a maioria das pessoas, até mesmo aqueles que eu chamava de amigos, se esquivavam de me escutar porque eles não queriam ser incomodados ou estavam lutando com suas próprias lutas emocionais.
A vergonha associada em contar às pessoas que você tem sido abusada, e como eu, centrada em uma relação abusiva, é feita ainda pior pelas respostas que você obtem das pessoas. Ao invés de serem simpáticas, muitas pessoas ficaram desapontadas comigo. Muitas vezes fui dita por pessoas que elas estavam “surpresas” em descobrir que eu havia “me envolvido com esta merda” porque diferentemente de “mulheres fracas”, eu era uma mulher “forte” e “política”. Essa resposta é completamente misógina porque ela nega quão dominante é o patriarcado e o ódio por mulheres e o “feminino”, e ao invés disso, tenta colocar a culpa nas mulheres. Isso é, estamos a ignorar que mulheres estão sendo abusadas por homens e, ao invés disso, enfatiza o caráter de mulheres como a razão definitiva pela qual algumas são abusadas e outras não “se envolvem com esta merda”.

Não posso ajudar a não ser pensar que outras mulheres ativistas que têm sido abusadas, querem seja por homens ativistas ou não, também enfrentam dificuldades semelhantes recuperando-se do abuso. Independentemente da política de alguém, as mulheres podem ser e são abusadas. Qualquer um que se recuse a acreditar nisso ou simplesmente não escuta às mulheres ou não pensa sobre o que as mulheres passam regularmente. E isso é porque eles são simplesmente hostis em reconhecer quão pervasivos e normalizados o patriarcado e a misoginia são – ambos fora e dentro de círculos ativistas.

Mais, várias de nós queremos acreditar que homens ativistas são diferentes de nossos pais, irmãos, antigos namorados e machos estranhos com os quais nós confrontamos em nossas rotinas diárias. Nós queremos ter alguma fé que o cara que escreve um ensaio sobre sexismo e o posta em seu website não o está escrevendo somente para fazer uma boa aparência dele, obter sexo, ou encobrir algumas de suas perigosas práticas com relação às mulheres. Nós queremos acreditar que as mulheres estão sendo respeitadas por suas habilidades, energia e compromisso político e não estão sendo solicitadas a fazer trabalho porque elas são vistas como “exploráveis” e “abusáveis” por homens ativistas.

Nós queremos acreditar que, se um homem ativista fez um avanço indevido ou fisicamente/sexualmente agrediu uma mulher ativista, isso seria prontamente e atenciosamente lidado por organizações e comunidades políticas – e com a contribuição da vítima. Nós queremos acreditar que grupos ativistas não são tão facilmente seduzidos pelas habilidades ou pelo “poder nomeado” que um ativista masculino trás a um projeto que eles estão dispostos a deixar uma mulher ser abusada ou não ter sua recuperação abordada em troca. E nós gostaríamos de pensar que a “cultura de segurança” em círculos ativistas não somente foca nas questões do protocolo do listserv ou usa nomes falsos em comícios, mas na verdade inclui pensar proativamente sobre como lidar com misoginia, patriarcado e heterossexismo ambos fora e dentro de cenários ativistas.

Mas todos esses desejos, todos esses sonhos obviamente não tendem a ser abordados. Em vez disso, eu sei de homens ativistas que trollam espaços políticos como predadores procurando por mulheres que eles possam manipular politicamente ou foder sem responsabilização. Como padres abusivos, alguns desses homens literalmente movem-se de cidade a cidade procurando recriar a si mesmos e encontrar carne fresca no meio daqueles que são infamiliares com sua reputação. E eu tenho visto mulheres ativistas darem seu trabalho e destrezas a homens ativistas (que frequentemente ficam com o crédito) na esperança de que o homem ativista abusivo irá finalmente adquirir seu agir correto ou a apreciará enquanto ser humano.

Enquanto o romance entre ativistas é aprazível, eu acho que é nojento como os homens ativistas usam o romance para controlar as mulheres politicamente e manter as mulheres emocionalmente comprometidas em ajudar esses homens politicamente, mesmo quando essas políticas são piegas ou problemáticas. Ou, em alguns casos, homens ativistas se envolvem em políticas para encontrar mulheres que eles possam envolver em relações abusivas e controle. E dado que esse abuso trás para fora o pior da vítima, eu tenho visto onde mulheres interagem com outras ativistas (particularmente mulheres) de maneiras que elas não normalmente estariam se elas não estivessem sendo politicamente e emocionalmente manipuladas por homens. Por exemplo, eu sei de mulheres ativistas abusadas que têm espalhado rumores sobre outras mulheres ativistas ou têm-se envolvido em brigas políticas entre seu namorado e outros ativistas.

O que é assustador é que eu sei de ativistas homens que estavam abusando e manipulando mulheres ativistas e, ao mesmo tempo, escrevendo ensaios sobre sexismo ou competição entre mulheres. Às vezes o homem ativista irá redigir o ensaio com sua namorada ativista de forma a obter mais legitimidade. Eu sei de homens ativistas que uma hora citam bell hooks, Gloria Andalzua ou outras escritoras feministas e estão incomodando ou espalhando mentiras e fofocas sobre suas namoradas ativistas em outra. E homens ativistas irão ensinar mulheres a serem menos competitivas com outras mulheres para dissimular seu comportamento abusivo e manipulador.

O que é mais desolador é o nível de suporte que homens ativistas encontram de outros/as ativistas, homens ou mulheres, mas mais habitualmente, outros homens. Não somente as mulheres ativistas têm de confrontar e negociar com seu agressor em círculos ativistas, elas devem normalmente fazê-lo em uma comunidade política que se designa comprometida mas no final não dá importância alguma sobre a segurança emocional e física da vítima. Em muitas ocasiões eu tenho ouvido as histórias das mulheres sobre abuso serem recontadas e reformuladas por homens ativistas de uma maneira hostil e sexista. E quando eles remodelam essa história, eles geralmente o fazem naquela voz, a voz que é falsa, acusatória e zombeteira.
Por exemplo, quando eu estava dividindo com um homem ativista minhas preocupações sobre como uma mulher ativista estava sendo tratada por um homem ativista que mantinha uma posição proeminente em um grupo político, o homem “ouvindo” a minha história disse naquela voz “Oh, ela só está provavelmente brava porque ele começou a namorar outra pessoa” e passou a tirar sarro dela. Ele continuou a me dizer que, enquanto ele “reconhecia” que o homem estava errado, a mulher necessita impor-se ao homem se ela quer que o tratamento pare.

Infelizmente essa marca de misoginia do homem disfarçou-se enquanto o feminismo masculino é muito comum em círculos ativistas dado que muitos homens em geral acreditam que mulheres são abusadas porque elas são fracas ou secretamente querem estar em relacionamentos com homens abusivos. Mais, seus comentários revelaram uma atitude que assume que, se mulheres ativistas têm problemas com homens ativistas, elas estão “chorando pelo abuso” para encobrir desejos sexuais ocultos e raiva por terem sido rejeitadas por homens que “não irão fodê-las”.
Eu acho repulsivo que a segurança física e emocional de mulheres é de pouca preocupação a homens ativistas em geral. Enquanto homens ativistas irão falar da boca para fora sobre como eles precisam ficar com suas bocas caladas quando as mulheres estão falando ou como espaços somente de mulheres são necessários, muito frequentemente pessoas “críticas” e “políticas” não querem confrontar o fato de que as mulheres estão sendo abusadas por homens ativistas em nossos círculos. Quando essa questão é “abordada”, mais frequentemente do que não, a atenção será dada a “batalhar com” o homem (ou seja, o deixando permanecer e talvez só fofocando sobre ele). Eu tenho visto algumas situações onde homens abusivos tornam-se adotados, assim dizendo, por outros ativistas, que vêem reabilitar o homem como parte de seus projetos e pensam pouco sobre o que isso significa para as mulheres que estão tentando se recuperar. Em alguns casos, o homem ativista abusador foi adotado enquanto a mulher foi rejeitada como “instável”, “louca” ou “muito emocional”. Basicamente, esses grupos iriam antes ajudar um cara frio e calculista que pode “mantê-lo unido” enquanto ele abusa de mulheres ao invés de lidar com a realidade que o abuso pode contribuir para as dificuldades emocionais e sociais entre vítimas enquanto elas trabalham para se tornarem sobreviventes.

E em alguns casos, ativistas mulheres irão evitar ir à polícia porque ela é crítica ao complexo industrial penentenciário, mas também porque outros homens ativistas irão dizer-lhe que ela está “contribuindo para o problema” ao “conduzir o Estado para dentro”. Mas na maioria dos casos, o homem ativista não é castigado pelos problemas que ele criou. Deste modo, as mulheres estão presas tendo que descobrir como garantir sua segurança sem ser rotulada uma “traidora” por seus colegas ativistas.

Enquanto eu sou uma forte crente que nós devemos tentar trabalhar pela cura ao invés da punição em si, eu estou dolorosamente consciente que nós frequentemente damos mais ênfase em ajudar homens a permanecerem em círculos ativistas do que apoiar mulheres através de suas recuperações, o que pode envolver a necessidade de ter o homem removido de nossos grupos políticos. Basicamente, o grupo irá normalmente determinar que o ativista abusador deve ser deixado a se curar sem perguntar à mulher o que ela necessita do grupo para curar-se e ser apoiada em seu processo. Eu sei de vários exemplos de onde mulheres eram forçadas a tolerar a indisposição do grupo para abordar o abuso. Algumas irão permanecer envolvidas em organizações porque elas acreditam no trabalho e, francamente, há poucos espaços para se ir, se houverem, onde ela não sofra o risco de ser abusada por outro ativista ou ter seu abuso não abordado. Outras irão simplesmente deixar a organização. Eu tenho visto como essas mulheres são tratadas por outros/as ativistas – homens e mulheres – que tratam mulheres friamente ou fofocam que elas são egoístas ou traidoras por deixarem o pessoal entrar no caminho do “trabalho”.

Ou, se mulheres ativistas que têm sido abusadas são “apoiadas”, é usualmente porque ela faz “bom trabalho” ou que não abordar o abuso será “ruim para o grupo”. Nesse sentido, a saúde física, emocional e espiritual de mulheres é ainda sacrificada. Em vez disso, o abuso das mulheres deve ser abordado porque, se ele não for, ela pode não continuar a fazer “bom trabalho” para a organização ou pode haver muita tensão no grupo para que ele funcione de forma eficiente. De qualquer forma, a segurança das mulheres não é vista como digna de preocupação em e de si mesma.

Em geral, cenários ativistas não são um espaço seguro para mulheres porque misóginos e homens abusivos existem no interior deles. Mais, muitos desses abusadores usam a linguagem, ferramentas de ativismo e apoio de outros ativistas como meio de abusar mulheres e esconder seus comportamentos. E infelizmente, em muitos círculos políticos, independentemente de quanto nós falemos sobre o patriarcado ou misoginia, mulheres são sacrificadas de forma a manter o “trabalho” ou salvar a organização. Talvez seja tempo de realmente nós só se importarmos que as mulheres ativistas estão vulneráveis a serem manipuladas e abusadas por homens ativistas e considerar que abordar isso proativamente é uma parte integral do “trabalho” que ativistas devem fazer.

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Ao ler o texto pela primeira vez, não pensei em nenhum homem em particular. Talvez seja simplesmente porque nunca estivde de fato muito envolvida em grupos políticos, mas não creio que isso seja motivo para nao me solidarizar com essas mulheres. Afinal de contas, a violência psicológica sofrida pelas mulheres é sempre tratada como besteira de mulher excessivamente emotiva. Está certo, nem todas as mulheres são emotivas e nem todos os homens são abusivos. Pensei nisso quando li esse texto. E, como o próprio texto diz, queremos acreditar nisso, para que a vida seja suportável.

Não quero viver mais triste ou deprimida do que eu possa suportar. Mas o que eu poderia fazer? Fechar os olhos? Eu sei que não tenho força para esse tipo de coisa, então faço até onde posso... E sei também que tanto a minha "falta de força" como a grande vulnerabilidade emocional das mulheres em geral não é um simples acaso. É claro que, como existem mulheres fortes, tendemos a pensar que o problema das mulheres vulneráveis é simplesmente um problema das mulheres vulneráveis... Da mesma forma que, se alguém suporta condições estressantes de trabalho, quem não suporta é visto como errado e precisa ser "medicado" com um anti-stress. Nunca se pensaria em ver como essa vulnerabilidade é criada nas mulheres.

Talvez seja inevitável que nos importemos com o que os homens pensem de nós. Creio que temos - e que tenho também... - que construir uma autonomia de si, sem ficar se vitimizando sobre qualquer coisa. Esse, e somente esse, é o lado das mulheres essa história. Não acho que seja muito difícil para os homens perceberem, em todas as partes, como essa nossa vulnerabilidade é criada, desde a preocupação excessiva dos pais com a filha, até as imagens da televisão tentando nos mostrar como sermos "femininas", "delicadas", etc

A questão é, porque se dar ao trabalho (porque é um trabalho) de se importar com algo que nem mesmo te afeta negativamente?



Sei que não sou a "feminista perfeita". Talvez nem tenha moral pra falar disso e me dói falar disso. Mas nesse espaço, um dos poucos que concedi a mim mesma pra falar o que penso, gostaria de fazê-lo, ainda que eu saiba que na prática as coisas não sejam exatamente como deveriam para mim. Me dói o silêncio e me dói a fala, por isso a fala parece ser o melhor caminho. Faço o até onde posso, e isso acaba por bastar pra mim, porque talvez seja somente até aí onde eu possa ir mesmo.

Posted by cris ♀ at 10:37 PM



domingo, janeiro 23, 2011


Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão

Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém

Acho que eu fico mesmo diferente
Quando eu falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
Eu uso as palavras de um perdedor

As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei

As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci

http://letras.ms/7rf

Posted by cris ♀ at 10:40 PM



quinta-feira, janeiro 20, 2011


Acho que talvez eu não consiga escrever textos bons expressando o que eu penso porque me confundo até comigo mesma. Por tanto tempo tive vergonha de mim mesma que agora não sei o que penso... Mas é só um palpite, que também não faz diferença na vida de ninguém.

Eu gosto dessa frase, retirada das Brumas de Avalon (e se isso não tem a ver com o resto do texto, é, decerto, porque penso assim, confusamente...): "As lágrimas das mulheres não deixam marcas na história". É isso, ou parecido com isso.

Até a próxima.

Posted by cris ♀ at 9:55 PM



segunda-feira, janeiro 17, 2011


Deve ser efeito do Twitter, mas o fato é que não consigo mais escrever textos grandes pra expressar o que eu sinto. (é claro que não é apenas o Twitter)

Posted by cris ♀ at 3:16 PM



sábado, janeiro 15, 2011


Às vezes eu queria poder não pensar... ou, ao contrário, pensar em alguma coisa de definitivo. Não sei mais como me definir sobre o que penso, tudo me soa radical demais, como se, como feminista e por ser feminista eu estivesse fadada ao desgosto de tudo. Não quero simplesmente "me inserir", mas também não aguento mais discursos tão radiciais que simplesmente não dialogam com as pessoas (e veja bem, eu sou uma estudante universitária de um curso de ciencias humanas, quero ver esse tipo de discurso dialogar com a tia da limpeza do prédio da esquina). Também não quero ficar criticando o movimento sem estar fazendo nada atualmente, isso seria injusto. Eu gostaria de encontrar um caminho pra mim.

Posted by cris ♀ at 3:12 PM



quinta-feira, janeiro 06, 2011


Vamos ver o quanto tempo isso dura. Recriei esse blog (acho que posso dizer isso, já que deletei todos os posts antigos... porém ainda não tenho certeza se me arrependo disso, mas agora está feito.) porque queria escrever alguns pensamentos que às vezes me ocorrem.

Não sei se sei expressar muito mais do que isso. Pensamentos, obviamente, não surgem do nada, então talvez fosse quase pleonástico dizer que eles vêm da minha vida... e na vida, eu sempre tendo a misturar tudo, o pessoal, o político, o acadêmico.. porque talvez tudo faça parte de uma mesma coisa mesmo. Vale ainda trechos de livros, de músicas, ou de coisas que ouvi por aí.

Também existe uma vontade de reaprender a me expressar sem ter vergonha do que eu penso...

Por enquanto é isso.

Posted by cris ♀ at 9:43 PM


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